DOIDIÁRIO - Diário de duas doidas

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Local: Paraná, Brazil

Somos duas amigas doidas que resolvemos criar um blog. Amigas desde a adolescência, separadas fisicamente, mas unidas pra sempre em nossas lembranças, emoções e agora virtualmente.

30 novembro, 2006

FRAGMENTOS DE VERÃO


A chuva cai sob olhos umedecidos pela dor.

Lágrimas que lavam a alma e desbotam o amor, em saudade.

No porão do meu ser a caricatura do semblante de “menino”.

Todas as cores do meu desespero, fazem-me desejar-te perto de mim ...

Secando minhas lágrimas, com sorrisos;

Desabrochando-me para o amor.

Mas os sorrisos são apenas fantasmas de tempos remotos;

Meras ilusões que estavam cobertas em meu íntimo, pelo manto do passado.

Na verdade não restou nada além dos fracassos e dúvidas que estão cravados em minha memória e que ninguém conseguirá disfarçar.

Lembranças ....

Dores causadas pelo espinho da distância .....

Fragmentos de um verão!

Nan (24/02/1992)

CINDERELAS


Vou parecer uma velha de 100 anos falando, mas vamos lá ....

Na nossa época, ou seja, na época de nossa adolescência era tudo muito diferente.

Saímos de casa à 20:00, no máximo 20:30, pois tínhamos que voltar, impreterivelmente, às 22:00, ou viraríamos abóboras.

As baladas, que também não eram chamadas de baladas, eram bem mais singelas que as de hoje em dia.

Íamos a brincadeiras dançantes, ou seja, festinhas na casa de amigos, onde jamais rolava bebida alcoólica, lanchonetes, tipo Jorge, Camargo, Mikaiu’s, Estação Central, Bella Napole Pizzaria, La Boheme, Bar Nabé, entre outros, Festa do Caminhoneiro, Rodeio, Quermesse (e quantos correios elegantes), Paquera na Avenida, Festa Junina no Munhecão, mas a expectativa era para os Bailes da Skol (Anos 60, Baile da Bruxas, Baile do Havaí).

Baile é baile, né? Com banda, figurino apropriado e dançávamos muito.
Mas não pensem que juntava eu, a Karol e mais toda galera e íamos tranqüilamente.
Que nada, se quisesse ir tinha que ir a mãe junto. Vocês acreditam nisso?

Imaginem os adolescentes de hoje que vão às famosas Raves e levar a mãe junto.

Pois era assim que nós nos sentíamos, com peixes fora d’água, mas era só no começo, afinal, não tinha outro jeito mesmo, então, relaxa e .......

Eram noites muito boas, cheias de magia, olhares que se cruzavam, bocas que se encontravam, amores que começavam e terminavam.

Ah, Bailes da Skol, quanta saudade.

Daí, às vezes dávamos uma fugidinha e saímos um pouquinho para tomar um ar (essa era a desculpa), mas na verdade queríamos nos livrar dos olhares investigadores de nossas mães.

Éramos felizes e não sabíamos .....

"Somos meros passageiros dessa vida.

Que com nossas dores e solidões pagamos nossa passagem e hospedagem nesse mundo" Nan (21/01/1992)

18 novembro, 2006

MUDAR FAZ PARTE DA VIDA!


E eu que pensei que iria passar ilesa por toda essa reconstrução de nossa história, mas não passei, comecei tarde (efeito retardado) a ter os primeiros sintomas da SSP (Síndrome da Saudade do Passado).kkkkkkkkk

Estou lendo com muito mais freqüência os meus relatos do passado e isso tem gerado sentimentos conflitantes, fico feliz por saber que esses meus 30 anos de vida foram muito bem vividos, mas me bate uma enorme saudade da adolescência.

Ser adolescente é ter sentimentos intensos, é ter o riso frouxo, mas na mesma proporção chorar mares de lágrimas, quando se é adolescente tem-se um ar de irresponsabilidade, de curiosidade, de irreverância, uma imensa disposição de lutar pelos seus ideais, é ser passional. Com o adolescente não há meio termo, ou ama ou odeia, ou gosta e faz ou não gosta e não faz, há uma sensação de liberdade pairando no ar.

Mas o tempo vai passando, nos tornamos mais duros, racionais, pensamos muito antes de agir, e muitas vezes deveríamos agir e ficamos paralisados por convenções da sociedade e não agimos.

Queria sair pela rua e procurar por você, por mim e nos encontrar exatamente como éramos: Alegres, espontâneas e um tanto quanto inconseqüentes.

Ser adolescente é, também, querer transgredir algumas regras.

Lembro-me que em um período nós queríamos pichar muro, você lembra disso?

Mas apesar de toda imaturidade e aparente irresponsabilidade, não queríamos decepcionar os nossos pais, e também não tínhamos mesada, quando precisávamos de dinheiro, tínhamos que pedir e ainda dizer em que seria utilizado, sendo assim, como justificar a compra de spray? Não dava, né?

Mas nós queríamos, queríamos por que queríamos, daí pegávamos caneta comum ou piloto e escrevíamos por muros de construções antigas e abandonadas ou na porta de ferro da caixa de água do SAMAE. kkkkkkkk

Escrevíamos pedaços de músicas, poesias e sentimentos nossos. Fomos felizes, não fomos?

Mas o tempo passa e nós mudamos. Mudamos de hábitos, de sentimentos, assim como diz esse texto de propaganda de uma marca de tintas.

O texto é intitulado “Mudar faz parte da vida”.

“Mudamos a cada segundo, inexoravelmente.
Desde o momento em que nascemos (ou melhor, nove meses antes), caminhamos pela linha do tempo, mudando sempre.
O primeiro dente, o primeiro dia de aula, primeiro beijo.
Mudamos de escola, de bairro, às vezes de país. E essas mudanças, por sua vez, provocam outras mudanças.
Com entusiasmo (e um friozinho na barriga) entramos na adolescência, na faculdade, de cabeça em um novo amor.
E saímos completamente mudados.
Casar muda tudo. Ter filhos, como muda.
Extasiados, passamos a constatar as mudanças deles.
E quando entendemos que são essas mudanças que dão graça à vida, olha aí a gente mudando de novo.”

Tudo a ver com a gente, não é Karol?

Até a próxima mudança ......

17 novembro, 2006

O amor é mais que um simples beijo

09/05/1991 – quinta-feira - (23:15)

É, amiga! Parece que estamos juntas neste barco.
Um barco que está sujeito a virar, a qualquer momento, e eu estou com medo que isso aconteça agora.
Estou com medo que aconteça como das outras vezes que amamos.
Das outras vezes, parte do meu coração morreu, se estraçalhou com o vento, e acho que o seu também.
Mas haverá dias melhores, tenho certeza que sim.
Espero que também tenhamos a nossa vez, para que nessa vez, possamos achar graça, como eles fazem com a gente.
Mas para isso precisamos ser fortes e unir nossas forças.
Até hoje, eu nuca tinha sentido uma dor tão forte como essa, no coração. Também, nunca tinha me apaixonado por ninguém.
Mas nesse mundão, estamos sujeitos a “tudo”.
Foi preciso que eu amasse, para ver o verdadeiro lado do amor.
Acredito na hipótese de que haverá dias melhores e nós vamos estar unidas!
Não deixe que o mau-humor tome conta de você. Lute, com todas as suas forças, mesmo que elas possam parecer inúteis.
Lembre-se: eu estarei sempre por perto, para o que der e vier. Para te ajudar, compartilhar momentos alegres e tristes.
Amiga!
Um amor, pode causar coisas que não podemos duvidar, não se pode brincar com o amor.
Ele tem várias faces. Uma delas é aquela que nos deixa felizes, contentes, alegres, seguros.
A outra, aquela que nos deixa menos felizes, não tão contentes, nem tão alegres, um pouco amarguradas e inseguras.
A terceira já vem um pouquinho mais furiosa, um pouco perigosa, mais doída, mais infelizes um pouco.
Mas a quarta vem que soltando fumaça pelas ventas.
Ela é tão má, tão cruel e ao mesmo tempo mágica. É a mais confusa de todas. A pior também. A mais cega;
È a que nós duas estamos vivendo agora.
Infelizmente.
Mas nós vamos esquecer. E tudo isso vai ser passado.
Lembre-se : O amor é mais que um simples beijo.


*** Senhoras, e Senhores, minha amiga Nan é a melhor amiga da face da terra!!
Desenterrando o meu primeiro "apaixonar-se"... Viram?
Isso é mais que prova que sempre acreditei no amor...
Com a diferença de que naquela época eu conseguia ver o amor como algo simples...
Que inocente!!
Também.. Com 14 aninhos... So podia ver desta forma mesmo!!!

16 novembro, 2006

Antigo, mas tão atual !!!!!



“A amizade é o amor espiritualizado ...”(Ieda Graci)

É difícil ter amigos verdadeiros, sinceros ...

Talvez a dificuldade de compreendermos e sermos compreendidos faça com que uma amizade adormeça.

Sinto que nos afastamos, nos perdemos, nada é como antes e não sei o porquê.

Mas sinto também que ainda somos amigas, que você me compreende e eu também, mas há algo que não permite nossas longas e velhas conversas.

Quando te vejo sinto uma enorme saudade do tempo que passou.

Parece que eu já não posso te ajudar, pois não sei os seus desejos.

Enquanto você .....

Ah, você não dá nem para falar, você é a pessoa mais especial que eu já conheci.

Você tem uma luz, uma energia tão grande, que anima qualquer pessoa.

Talvez essa separação seja conseqüência de uma série de acontecimentos, que não vale a pena lembrar.

Mas, nem por isso, nos desligamos totalmente, pois não há como, não é?

Espero que essa força que nos une, nunca se acabe.

Acho que você está meio confusa, por ler isso, mas é que hoje senti uma necessidade enorme de te dizer o quão importante você é para mim.

Karol, isso eu escrevi para você no ano de 1991, não sei dizer ao certo o mês, mas é provável que tenha sido em fevereiro ou março.

Achei, do nada, mas fiquei doida em saber que escrevi algo que nunca mandei e o pior, era para você.

Bem amiga, fica aí essa declaração de amizade, de amor, meio atrasada, mas fico feliz em saber que apesar do tempo e da distância, os meus sentimentos por você continuam os mesmos.

Por isso que eu sempre recorro ao Renato, ele tem uma música para tudo:

“É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã,
Por que se você parar para pensar,
Na verdade, não há...”

Bjk

Nan

Deu pane na mulher ....


Ao ler o post “Eu quero te roubar pra mim.”, escrito pela Karol, fiquei pensando e tentando achar respostas para a pane que deu na mulher, quando começou a escrever no blog, e que não deu em mim.

Vieram-me várias alternativas, das quais citarei algumas:

O hábito de escrever vem me acompanhando desde a adolescência, escrevo quando estou alegre, mas muito mais quando estou triste, coloco, literalmente, a angústia para fora.
Escrever é meu jeito de limpar a alma, transpor a solidão, disssimular a dor.

Guardei todas as minhas agendas, projetos de poesias, de livros que achava que um dia iria publicar, enfim, fui juntando quinquilharias ao longo da minha vida.

Passei a vida escrevendo e lendo o que eu escrevia, então faz uns 17 anos que escrevo e leio, para relembrar os acontecimentos, sentimentos e outros “entos” que vivi por aí.

Sendo assim, criar um blog para contar as peripécias da adolescência foi simplesmente digitalizar coisas que já estavam escritas, melhorar outras ....

As lembranças, que transcrevo neste mundo virtual, vêm me rondando, como fantasmas do passado, desde sempre.

Tenho este defeito, ser apegada ao passado, talvez por isso essas recordações não me confundam, não me afetem tanto.

A outra teoria está ligada a crença no MAKTUB (tudo está escrito). Como acredito que tudo já está escrito e que viemos a este mundo apenas representar um papel, é mais fácil aceitar e se conformar com o que tenho.

Até acho que acreditar em destino ou Maktub, como queiram, seja uma fuga, pois não tendo como explicar determinados acontecimentos, acabo colocando a culpa no livro da vida.

Isso pode soar estranho para alguns ou cômodo demais para outros, mas é o meu jeito de encarar o desconhecido, de enfrentar a dor que nos assombra.

Ah, e eu não sou a mesma, como disse a Karol. Sou muito diferente do que fui e completamente contrária a quem desejei ser.

Tenho muitos apelos adolescentes, serei uma eterna adolescente, talvez por isso tenha escolhido dar aula para jovens, para estar perto deles e me sentir um pouco como eles.

Quem me dera fosse a mesma de 17 anos atrás ......

“Lembro tudo o que se foi e o que não existe mais .....” (Renato Russo – para variar)

13 novembro, 2006


Hoje eu vou "postar" só pra deixar uma "micro poesia" que a Nan me enviou hoje numa conversa no msn...
Algo que escrevi há muiiitttooooo tempo atrás, e que nem me lembrava.

Lá vaiiii pra vocês conferirem:

"Às vezes fechamos os olhos por que queremos, mas às vezes eles se fecham por si próprios.

É por isso que sempre amamos, mesmo sem querer.

O estranho mesmo é querer ser amado e não poder ....

E não existir nenhum cego a nos olhar.

E a solidão chegar.

Karoline (13/01/1992)

Na sequência vem o comentário da Nan:

Nancy diz:
tão antigo e tão atual, não??????

Exatamente como o meu post anterior...
Tudo muda o tempo todo, mas nem tudo se modifica...

Beijos a todos no coração
Karol

11 novembro, 2006

Eu quero te roubar pra mim...



Péra aí que eu tô tentando juntar meus cacos!!
tentando juntar o que foi real e o que era só fantasia...
Tentando entender onde foi que eu errei pra me recompor...
Tentando colocar o que é sonho em prática e o que é real na prateleira...
Quando eu simplesmente dançava todo o mal dissipava...
Por que hoje eu danço, danço e só sinto mais ansiedade?
Por que eu tenho que guardar as lembranças e não posso "perpetuá-las"?
Por que tudo muda de lugar, tudo escapa de sua ótica e quando você olha em volta, mesmo que cole os pedacinhos, sempre resta um que ainda está por vir?
Seria tão bom se tudo pudesse parar e se eternizar quando já estivesse pronto. Não seria?
Você imagina que está se preparando para escrever um livro, quando acaba sua obra ele está ali, eternizado com todo seu sentimento, suas emoções e esperanças em palavras...
Mas por algum motivo a vida está sempre apagando tudo, criando tudo novo, dando outro rumo a tudo... Isso é tão cruel!
Acho que Raul Seixas foi "the best" quando escreveu: "Sou uma metamorfose ambulante".
Talvez ele também se sentisse mudando, se transformando a cada dia, cada encontro, cada passo...
Quando você se olha existe "meio você" e "meio 'uma coisa'" que você ainda não sabe quem é, e do que é capaz!
Está aí, o trabalho de decifrar-se a cada dia e "tentar" se entender e respeitar você mesmo.
Escrevi toda essa "baboseira" filosófica não com a pretensão de surpreender ninguém, mas todo esse "projeto" de escrever e relembrar daquele tempo de "agendas" esteja criando uma crise de identidade em mim, ou,quem sabe, seja resultado da "terapia de regressão" que a Nan falou lá no início!
"Tá tudo fora de lugar, café sem açúcar..."
Tô sentindo falta das minhas agendas pra recordar de tudo, e quando penso no que estou vivendo agora parece que falta alguma coisa que esqueci lá naquele tempo...
Quando li "Feliz Ano Velho" entendi que um homem deu um passo em falso e mudou toda sua vida...
Agora lembro de minha adolescência, e lembro que pensava que quando crescesse entenderia tudo o que me acontecia, mas hoje, mulher feita, aos "30", não entendo nada!
Preciso ler uma "Capricho" pra saber como eu faço pra conquistar "meu amado"... hahaha
Preciso conseguir o telefone "dele" pra ouvir a sua voz ao menos uma vez e depois desligar...
Preciso pegar aquele canudinho que ele tava mordendo lá na Camargo...
Preciso passar mais uma vez naquela rua pra ele me ver... Como se fosse a própria Gisele Bündchen desfilando na Av. Souza Naves!!
Convencer minha mãe a me deixar ir na La Boheme buscar aquela noite linda e fria que deixei passar, sem nem ao menos dizer "oi"...
Preciso comprar um vestido Trapézio, uma saia Baloné, ou uma calça centropé délavé para estar na moda!
Estou quase pronta para ir no "baile dos anos 60" na Skol! Lembra Nan?
É... O tempo passou... Aquela menininha cresceu...
Vieram outros bailes... Outros encontros...
Não sei em que rua ou avenida deixou sua "partezinha" pra se reconstruir e se tornar essa de hoje: Completamente a mesma!!
Me lembrei de uma música que diz:


"...Meu caminho é meio perdido,
mas que perder seja o melhor destino...
Agora não vou mais mudar,
Minha procura por si só
ja é o que eu queria achar quando você chama meu nome...
Eu que também não sei aonde estou,
pra mim que tudo era saudade...
Agora seja lá o que for!"
Perfeita!!
Beijos,
Da Karol

LOUCURAS POÉTICAS



De poeta e louco, todo mundo tem um pouco.

Eu sei que a frase não é bem esta, mas que faz sentido faz, principalmente para mim e para Karol, afinal, éramos (ou somos) loucas e nos achávamos grandes poetisas, vocês acreditam?

Pois é, além de escrever diariamente em nossas agendas, tínhamos o hábito de transformar os nossos sentimentos em palavras e achávamos que estávamos fazendo poesia. kkkkkkkkkk

Passávamos horas escrevendo, escrevendo, chorando, lendo, chorando, escrevendo, chorando ......

Hoje eu leio e dou muita risada e claro que não vou privar ninguém de dar boas gargalhadas, por isso, vou dividir com vocês algumas dessas pérolas.

Esta foi escrita em 29/08/1991 (não me perguntem em que ou quem eu estava pensando para escrever isso, por favor).

Acho que estrelas são exatamente isto.
Quando alguém não alcança seu objetivo, se faz estrela, para iluminar as esperanças de quem ainda tenta ser feliz.
Estrelas são fracassos;
São lindas;
É o ponto do céu onde encontramos forças para lutar e é o ponto onde habitaremos se não formos capazes de vencer.
Sou uma estrela;
Um fracasso;
Um ponto resplandecente no céu, guiando seus passos.

Só mesmo quem foi adolescente, com todos os sonhos, ideais e sentimentos típicos da idade para entender o que eu quis dizer naquela época.
Talvez hoje, tudo aquilo que nós fazíamos ou escrevíamos, não tenha mais nenhum sentido e pareça bobagem, como o texto que transcrevi anteriormente, mas é a nossa história. Foi assim que a escrevemos .....

Hoje eu não diria que sou a estrela do poema acima, mas usaria (mais uma vez) as palavras do Renato para explicar como me sinto, afinal, ele escreve muito melhor que eu (hahahahahaha) :

Não me entrego sem lutar

Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render:
Que caia o inimigo então.

08 novembro, 2006

Abracadabra!!



Hoje é um dia daqueles que queria encontrar uma fada madrinha...
Daquelas com a varinha de condão bem grandeeeeeeeee......
Fazer um pedido...
O pedido seria: "Me leva de volta aos meus 16 anos"!
Ai que delicia!! Meus olhos chegam a marejar de nostalgia e emoção!
Lembro como se fosse hoje, que minha intensa preocupação era acordar as 7:00 horas pra ir a escola e ter que fazer as provas do Pompílio (Geografia) e da Cidinha (História)!!!
Com dezesseis anos eu já tinha o mundo nas mãos, pois achava que já tinha encontrado o verdadeiro amor, mesmo se a gente não conseguisse ficar junto...
Ele morava em Viçosa, e eu em Ibiporã... O que não me impedia de amá-lo.
Hoje olho para trás e me recordo como eu tinha tudo, e me sentia a pessoa mais infeliz do universo!!
Será que amanhã isso acontecerá de novo?
Estou voltando no tempo...
Com 16 anos eu dançava no Corpo de Baile da fundação Cultural de Ibiporã... Isso era o máximo dos máximos pra mim!
Era tão importante quanto hoje ser uma médica, uma dentista, uma advogada, qualquer coisa!
Minutos dançando com a Paz Adulnatti era como se tivesse conquistado um pedacinho do paraíso. (Pra mim, pelo menos, que me sentia a própria bailarina do municipal, mesmo esse município sendo Ibiporã, e o teatro Pe. José Zanelli.)
Nossas aulas eram feitas dentro do teatro, exatamente no palco onde nos apresentaríamos mais tarde.
Eu era uma sonhadora, romântica, cheia de emoções que me entregava às notas musicais daqueles sons Chilenos de Ing e Iang... Quando estava ali, destemida, enterrava ilusões de que um dia seria uma grande mulher!
Hoje me deparo com uma mulher em direção extremamente oposta, mas com uma das coisas que mantive, ou seja, a imensa vontade de ser livre!!
Neste final de semana eu estava com uma amiga em Florianópolis, amiga essa do tempo da faculdade, (10 anos!!), e me deparei com uma verdade:
Quando o amor é verdadeiro e a amizade é sincera, pode vir a tempestade maior, o pior vendaval, que as coisas que são da integridade da pessoa o tempo não leva...
E quando você pensa que não tem nada, você ainda tem você mesma, que é o maior presente que Deus te deu!
Hoje, encontrei a mim, ou seja, a mesma pessoa, ainda com os mesmos sonhos, ideais, anseios, desejos e ilusões que enterrei aos 16 anos...
No entanto, somente o que me resta de concreto são aqueles princípios de lealdade, honestidade, fidelidade, amizade... que o tempo não foi capaz de corroer, nem a distância, nem o medo, nem nada...
Ainda tenho minha amiga Nan pra me amar assim como eu sou, mesmo confusa, e acredito ainda que com todos meus defeitos, assim como eu a amo profundamente, com tudo o que ela tem, inclusive a pertinente mania de se preocupar muito com os outros...
E assim a vida segue seu rumo... (Na minha forma de pensar)
Segue seu destino... (Na forma de pensar dela)
Ela acredita em MAKTUB, eu acredito em livre arbítrio (escolhas)...
O que antes parecia se direcionar a nos tornar as próprias reformadoras do mundo seguidas pela "Geração Nova", unidas pelo lema da "Unidade" de ideiais que o Gen nos dava como parâmetros, hoje somos mais duas pessoas tentando superar a crise dos 30, e nos tornar mulheres de verdade perdidas nesse mundo cruel...
Acredite, não é facil.
Você tem que sair do seu mundinho interior, de infantilidades e imaturidades, de sonhos ainda em projetos, e ser mãe, mulher de negócios, madura, equilibrada, responsável... Coisa dificil!
Seria muito mais fácil continuar indo ensaiar jazz, comprar uma base que cobrisse as espinhas, escolher as palavras ja recortadas para substituir outras e colar na agenda, sonhar com um vestido novo pra usar no aniversário da melhor amiga, e ligar para o "homem da sua vida" anonimamente!!
Queria voltar àquela ingenuidade com toda a minha experiência de hoje!!
Com certeza, no aniversário da Fabila de 15 anos eu teria pensado numa maneira de eternizar aquele momento!!
Teria evitado tantos desencontros com minha alma gêmea!!
E hoje ainda, estaria dançando, criando poemas, e contando histórias felizes para os meus amiguinhos.
Queria me recompor para ser de novo aquela menina forte, corajosa, e sonhadora, cheia de esperanças...
No entanto sou um amontoado de poeira e cacos...
O que me resta é a intensa vontade de mudar tudo de novo e ser novamente aquela menina de 16 anos!!
Para terminar, uma coisa bem piegas, mas uma frase retirada de uma música que se tornou um clássico nesse Brasilzão de meu Deus:
"Eu só quero e ser feliz
Andar tranqüilamente
Na favela onde eu nasci
É... E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar
Mas eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz...
Fé em Deus DJ"
Karol

MEU PRIMEIRO NAMORADO, MEU PRIMEIRO AMOR! - Nan




Meu primeiro beijo não ficou só no beijo, virou namoro e de verdade, de levar para casa e tudo.

Afinal, mamãe já dizia: Prefiro você namorando em casa, do que por aí, beijando nos escuros.

Hoje penso o mesmo para minha filha, mas a verdade é que fiz de tudo, namorei em casa, beijei no cinema, na rua, no Bar do Jorge, na Lanchonete Camargo, na Lanchonete Estação Central, no Bar Nabé, na Laboheme, no Mikaiu’s, nos Bailes da Skol, na piscina, na praia, na rua do Necrotério, no colégio, na faculdade, enfim, beijei muuuuuuuuiiiiiiiito. hahaha

Bom, mas meu primeiro namorado vai viver eternamente em meu coração, em minhas mais doces recordações.
Primeiro beijo, primeiro namorado, primeiro amor, jamais esquecerei.

Era um garoto da minha idade, na verdade, exatos 01 mês e 20 dias mais velho, estudávamos juntos, já éramos amigos há algum tempo, mas ele era muito cobiçado, adorava namorar, estava sempre de amor novo, mas era com ele que eu queria que fosse o primeiro beijo.

Skatista, escoteiro, moreno, olhos negros expressivos, sorriso fácil, brincalhão, amigo de todos e de todas as horas, um encanto.

Foi um relacionamento cheio de altos e baixos, idas e vindas e por aí foram 06 meses.

Ele era terrível, mas eu não ficava atrás.

Algumas doces lembranças:

Ele não gostava que eu passasse batom e eu amava passar batom, então, toda vez que saíamos, ele limpava minha boca na roupa dele para depois me beijar. A mãe dele devia adorar isso, não acham?

Ele odiava quando falavam com ele e apontavam o dedo em sua cara, mas quando nós brigávamos, eu levantava o dedo e gesticulava, exatamente do jeito que ele não gostava e ele mordia meu dedo, a briga acabava. Coisa de criança, né? Mas era muito bom .....

Ele era bastante ciumento e eu provocava, é claro, daí quando eu falava de algum garoto que ele tinha ciúmes, ele virava para mim e dizia: “Você perdeu amor nos seus dentes?” Pronto, caíamos na risada no mesmo instante.

Foi um período muito bom, de descoberta dos sentimentos, éramos felizes com pouco, muito pouco.

Mas não era para continuar, acabou sem sabermos ao certo o porquê, mas continuamos amigos e ainda nos beijávamos de vez em quando, para matar a saudade.

Mas agora virou realmente apenas saudade ......

Essa era a nossa música:

Especially for you

I wanna let you know what I was going through

All the time we were apartI thought of you

You were in my heart

My love never changed

I still feel the same

Nan

07 novembro, 2006

Maluco é quem me diz .....


Quando eu li o post anterior, da Karol, fiquei surpresa, ou não ......kkkkkkkk
Tudo aquilo que ela escreveu (sorvete de uva ao creme, jazz, teatro, aula de literatura, Gen, poesia) eu havia pensado na noite anterior.
Engraçado é que, mesmo estando fisicamente distantes, quando nós varremos as lembranças do nosso passado acabamos encontrando os mesmo cacos, uma da outra, das duas juntas, enfim, chegamos ao mesmo lugar.
Seria isso um “transmimento de pensação”?????
Ou estariam as duas malucas conectadas a algum dispositivo de clonagem de idéias?????
Não, somos apenas duas amigas malucas, que “De repente 30”, resolvem resgatar coisas que estavam guardadas no baú de suas lembranças e olha que as histórias para contar são muitas e muitas vezes inusitadas, como esta que contarei agora.

Éramos duas meninas românticas, sonhadoras e DOIDAS, é claro.
Um belo dia, resolvemos que deveríamos fazer algo para conquistar os nossos amados, mas eram tempos difíceis, quem nós queríamos, não nos queriam, já tínhamos tentado as estratégias mais prováveis, e nada.
Foi então que resolvemos lançar mão do esoterismo, isto mesmo, pegamos uma revista de adolescente da época chamada “Carícia” e vasculhando a seção “Simpáticas Simpatias”, encontramos a seguinte receita para atrair a pessoa amada:
Pegue um cravo da índia (desses de beijinho), coloque entre os dentes e mordendo-o, chame mentalmente pelo nome de seu amado.
Dizia a “lenda” que esse ritual atrairia nosso futuro cônjuge para perto de nós.
Daí, resolvemos que essa seria a nossa última esperança e fizemos o teste da simpatia.
Resultado: Passamos metade da noite fazendo a tal simpatia, e se alguém pensa que a outra metade ficamos curtindo os nossos amados, está redondamente enganado, pois o que ocorreu foi a perda da sensibilidade nas nossa línguas, causada por alguma substância anestésica encontrada no cravo da índia. kkkkkkk

Crianças, não tentem fazer isso em casa, pode ser perigoso.

Pra terminar vou ter que lançar mão de mais uma canção do eterno Renato Russo, canção essa, que acaba retratando também um pouco de nossa infância, nossa linda juventude.

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
Pra ser honesto
Só um pouquinho infeliz

Nan

06 novembro, 2006

Feito Índias(Como diria Renato Russo)...


Às vezes eu busco no meu passado respostas para viver uma vida como eu vivia...
Meu Deus!! Quanta audácia e coragem, alegria de viver nós possuíamos!
Infelizmente hoje eu não tenho mais aquelas agendas pra recordar, mas passei dias e dias de minha vida escrevendo lindos poemas pra deixar minha alma mais leve com o desabafo...
Com o passar do tempo e o amadurecimento, a gente acaba pensando que viver de histórias é viver como crianças... E nos bloqueamos na idéia da caretice!
Eu as perdi, assim como também perdi aquele brilho no olhar da ingenuidade...
Claro... Agora tenho as marcas da vida... Tenho um leve risco na lente do olhar...
De repente 30!!!
Que crise!
Antes éramos invencíveis!! Éramos as super poderosas de todos os tempos, mesmo com todas aquelas espinhas na cara ninguém poderia explicar o Fernão Capelo Gaivota que existia dentro de cada uma de nós!!
Parecia que enfrentaríamos um exército, em nome do amor e da amizade, da fé e da esperança!
Foi nesse tempo que conheci minha melhor amiga...
Foi em meio à tantas compatibilidades, que nem me lembro se foi no jazz, no Gen, ou no teatro...

Nós éramos as duas meninas mais alegres da face da terra!! Ríamos de tudo, fazíamos graça de todas as coisas, dançávamos, enfrentávamos as situações mais críticas de nossa vida com muita alegria!!
Não sei onde foi que perdi aquela coragem...
Não sei onde foi que perdi o prazer de brincar, de acreditar que cada dia o sol brilharia mais forte...
Ou como diria o mestre Renato Russo: "de acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes"...

"Yes, não..." Né, Nan??? Quem entende essa frase??
Como éramos capazes de explicar e entender "as gírias" que criávamos?!
As músicas que cantávamos, as conversas sérias e experiências compartilhadas com Chiara Lubich...
Impossível a gente esquecer aquela parte da vida, pois foi ela quem nos deu parte de nossa essência mais feliz.
A parte boa que possuímos e queremos manter pra sempre viva dentro de nós.
Compartilhamos sonhos, e ideais, vivemos situações que nunca esqueceremos.
Meu primeiro amor, minha primeira paixão, meu primeiro beijo, a primeira música que identifiquei-me... As primeiras estrofes escritas na aula de literatura... O primeiro sorvete de uva ao creme... As primeiras fézinhas nas gotas poderosas do "absinto" L'aqua Di Fiori...
Quem se esquece?
Depois veio aula desenho, expressão corporal, novenas, caminhadas, e até o "trabalho" de entregar os panfletos do boticário, lembra?
Fazer pizza de promoções para arrecadar dinheiro para encontros jovens, e assim por diante...
Foi rindo de cair do palco, foi brincando de ser estrela que aprendi que vale a pena você se sentir um sol ao menos uma vez na vida!
E foi ao lado da minha amiga "Nan" que brilhei como um sol radiante!
Sentar no chão, pra conversar na área de casa, recortar revistas, mandar recadinho na rádio folha fm... E até colocar apelidos de "manteguinha" em nossos amigos... Vai ficar pelo menos pra sempre na memória de nossos corações...

E... "Pra terminar... Quem vai colar , os tais caquinhos, do velho mundo?"

Quem tem sua agenda, ainda pode se divertir muito mais compartilhando de cada pedacinho, cada dia de sua história com a gente...
E quem não tem como eu, terá que contar com sua melhor amiga pra ajudar a manter sempre viva a criança que existe dentro de você!

Para reflexão, vou deixar umas estrofes da primeira música que me veio em mente nesse momento:

"Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez...
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente... "
Karol

03 novembro, 2006

PRIMEIRO BEIJO - Nan


Lembro como se fosse hoje, mas na verdade já faz mais de 17 anos (estou ficando velha).

Meu primeiro beijo teve um ensaio de exatamente 01 mês.

Quando completei meus 13 anos me achava adulta, super madura, e então decidi que chegara o momento de perder a virgindade bucal. (nossa de onde tirei essa?)

Escolhi o dia 15/09, data do meu aniversário, teve uma festinha surpresa para mim, estariam vários amigos e também o meu escolhido, mas fora uma noite muito tumultuada, eu era o centro das atenções, sendo assim, acabou não rolando como eu desejava.

Fiquei um pouco frustrada, mas não perdi a esperança, sabia que não tardaria para realizar meu sonho de “consumo” adolescente.

No dia 15/10 fui à Pizzaria Camargo com minha irmã e na volta ela me deixou na casa de uma amiga, a Jô (hoje casada e com 03 filhos – o tempo passa), lá encontrei meu príncipe encantado, não estava em seu cavalo branco, mas sim em um skate. (haha)

Adivinhem??????

Conversamos, conversamos, conversamos e meu sonho se realizou.

Aconteceu na rua, embaixo de uma árvore (sete copas), posteriormente apelidada de “árvore do pecado”. (kkkkkkkkkkk)

MEU PRIMEIRO BEIJO !!!!!!!

Nossa, me senti nas nuvens, foi lindo, maravilhoso, mágico. O beijo perfeito com a pessoa mais especial que eu conhecia até aquele momento.

Lembro que ao chegar em casa minha irmã estava no quarto da minha mãe assistindo o Fantástico, naquela época passavam vários clipes, o da noite era da música I hear you call my name . (acho que era esse nome mesmo)

Escrevendo esse post lembrei de uma propaganda antiqüíssima da Coca-cola, era uma música e dizia o seguinte:

Primeira vez, vai nascendo um desejo
Sinto o corpo vibrar como o primeiro beijo
Como um raio de sol, você veio e sorriu
Como a coca-cola que agente dividiu
Coca-cola é tão bom quando é pra nós dois
Nada igual a emoção do sabor
Coca-cola é isso aí.

Nossa, essa eu desenterrei, hein?

Mas não tem problema, é um diário de loucas, mesmo ...... hahahahaha

Deixo vocês com o gostinho do primeiro beijo ou de coca-cola, como preferirem.
Nan

SIM, NÓS TIVEMOS AGENDAS IMENSAS ........


Penso que devemos começar a unir os retalhos.
Refazer, com palavras, trechos de nossas vidas.
Não sei bem o porquê, nem mesmo para que.
Talvez apenas como um passatempo, quem sabe uma terapia de regressão ou até mesmo para fazermos alguns comparativos com o mundo em que vivemos hoje.

A primeira coisa que me apresenta é que, se há 16 anos atrás, nos dissessem que um dia conversaríamos muito pelo computador e pouquíssimo pessoalmente, uma aqui e outra na capital, no mínimo riríamos muito ou já começaríamos a chorar de saudade.
Mas a verdade é que isto está acontecendo agora.

O nosso mundo era somente o real, o palpável, computador era bicho de sete cabeças.

Passávamos horas sentadas no chão ou na cama recortando palavras soltas, frases, fotos, figuras, enfim, matéria prima para compor nossas histórias, escritas dia a dia, em nossas agendas.

Agendas essas, que não levavam apenas recortes, mas um amontoado de quinquilharias, pedaços de lembranças, como: canudinhos, papel de bala, chiclete, chocolate, lacre de latinha, entre outras coisas mais bizarras.

Vou deixar você com essas lembranças, aposto que o passado vai começar a borbulhar em você.

Até a próxima.
Nan