Tardes de agosto
O céu ofuscado pela fumaça das queimadas
O vento arrastando as fuligens nas calçadas
Um mormaço seco batendo na face
Olhos umedecidos, parados, quase em transe
Na incerteza do partir, ficar
Seu toque faz meu corpo petrificar
Não há mais tempo para desculpas
Meu mundo não se move mais sob os seus caprichos
Seu nome cravado em minha pele
Marcas que o tempo não apagará
A imagem de sua ausência
Parece um fantasma na escuridão
Se no outono soubesse que o inverno terminaria assim
Não teria deixado que fizesse o que fez de mim
Não teria mergulhado nesse mar de mentiras
Nem voado pelos céus da ilusão
Um romance insípido
Que se desfez a míngua
Me restou somente o gosto amargo e cinza do agosto.
Nan
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home